18/10/2012

Sem patrocínio, jogadoras de time alagoano vão às ruas pedir dinheiro

Equipe posa com o troféu de campeão do Torneio Intermunicipal 2011



Criado em dezembro de 2010 por um grupo de meninas alagoanas apaixonadas por futsal, o Nasa (sigla de "Nós ainda somos amadoras") Futsal Feminino vive uma situação inusitada. Sem patrocínio ou ajuda de custo, o time tem de contar com a boa vontade da população para sobreviver. 

Precisando arrecadar fundos, as jogadoras decidiram ir às ruas de Maceió pedir dinheiro em sinais de trânsito. Os "pedágios" têm sido feitos às quartas e sextas-feiras e, por enquanto, os valores arrecadados ainda estão muito abaixo do suficiente para a manutenção do clube.

- Precisamos buscar uma alternativa para arrecadar dinheiro, porque temos que nos manter. Estamos sem patrocínio e temos que conseguir recursos para viagens e alimentação. Procuramos ajuda do Governo de Alagoas e não houve retorno deles. 

A Federação Alagoana também não nos dá nenhum suporte financeiro. Temos conversado com empresas e até agora nada. O jeito é ir se virando do jeito que dá - comentou a técnica do Nasa, Ellen Lopes.

Com uma estrutura modesta, o Nasa conta apenas com 15 atletas em seu elenco, além de duas integrantes da comissão técnica. Sem salários, todas as envolvidas no clube têm de buscar outra atividade para a sobrevivência. Por conta do amadorismo, a equipe treina uma média de somente cinco horas por semana. 

Segundo a diretoria do Nasa, as despesas totais da equipe no ano de 2012 serão de R$ 87.600, o que dá uma média de R$ 7.300 por mês.

- Sou professora de Educação Física e trabalho também em um projeto social. Infelizmente, perdemos 15 atletas, que não tinham mais condições financeiras de continuar no futsal, o que reduziu o nosso elenco pela metade - lamentou Ellen.

Apesar das dificuldades, o Nasa está inscrito na segunda divisão da Taça Brasil Feminina, de 24 a 28 de outubro, em Linhares (ES). Para a viagem, o time reservou uma van, pagando o aluguel de forma parcelada.

- Vamos começar a disputar o Alagoano de Futsal e, no fim do mês, temos a Taça Brasil, o que demandará um gasto maior. Com aproximadamente R$ 3 mil conseguimos custear nossas necessidades básicas, que são passagem e lanche. Apesar da distância, vamos viajar de van para o Espírito Santo. Nós raramente conseguimos viajar de avião e as nossas jogadoras já estão até acostumadas com as condições adversas - destacou o treinadora.

Além dos "pedágios", a outra fonte de renda do Nasa são algumas rifas promovidas pelas jogadoras do clube. Os objetos rifados são geralmente aparelhos eletrônicos de médio valor, como tablets, filmadoras e dispositivos MP4.

Mesmo com todas as adversidades, o Nasa soma alguns resultados expressivos nestes dois primeiros anos de vida. Em 2011, o time e sagrou campeão do Torneio Intermunicipal de Barra de São Miguel e do Torneio Carc. Na atual temporada, a equipe foi vice-campeã da Copa Arcoverde.

- Por tudo o que passamos, temos muita vontade de vencer e correr atrás dos nossos sonhos. Quem sabe um dia não tenhamos o merecido reconhecimento - finalizou Ellen.

REDAÇÃO FUTEBOL ALAGOANO.COM , COM SPORTV.

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