Eliminado no Campeonato Paulista, eliminado na Copa do Brasil e com três derrotas em seis jogos no Campeonato Brasileiro. O momento do São Paulo na temporada 2012 é delicado. Neste sábado, na primeira partida após a queda diante do Coritiba, o Tricolor teve uma atuação para esquecer. Dentro de campo, viu a Portuguesa vencer com justiça por 1 a 0, principalmente pelo belo futebol mostrado pelo time de Geninho no segundo tempo. A Lusa, que teve a estreia do pentacampeão Dida no gol, não tem uma equipe forte do ponto de vista técnico, mas soube compensar sua deficiência com muita vontade e saiu de campo aplaudida no Canindé.
Do lado são-paulino, jogadores, diretoria e técnico Emerson Leão perceberam que a torcida não tolera mais tantos insucessos. Durante 90 minutos, a grande parte dos tricolores (o público pagante foi de 4.544) protestou. Pouco interessava o que ocorria em campo. Era mais importante mostrar a revolta e pedir mudanças. Todos os jogadores foram criticados. Mas ninguém foi tão lembrado quanto o técnico Emerson Leão. Por nove vezes, ele, do banco de reservas, escutou a seguinte frase.
- Leão, pede demissão! Leão, pede demissão!
Na tabela de classificação, o Tricolor fica estacionado com nove pontos, cinco abaixo do novo líder, o Cruzeiro. A Lusa, que estava muito próxima da zona de rebaixamento, ganhou uma folga e subiu posições, chegando sete pontos.O próximo jogo do São Paulo será no sábado, contra o Cruzeiro, no estádio Independência, em Belo Horizonte. Já a Portuguesa voltará a encarar mais um grande paulista, o Santos, domingo, também no Canindé.
Primeiro tempo fraco no Canindé e com protestos da torcida são-paulina
Os primeiros 45 minutos foram mais marcados pelo que ocorreu fora de campo do que dentro dele - os protestos da torcida tricolor chamavam mais a atenção do que aquilo que Portuguesa e São Paulo faziam na partida. O pentacampeão Dida, de um lado, e Denis, do outro, fizeram uma defesa cada um. E só.
Em campo, ficou a sensação de que os dois times terão de mudar muito para ter sucesso no Campeonato Brasileiro. A Portuguesa, que vive perto da zona de rebaixamento, esteve mais preocupada com a marcação, mesmo atuando em casa. Dida, em todos os lances em que foi exigido, mostrou segurança.
Faltava qualidade na frente para levar perigo à meta defendida por Denis, apesar das constantes falhas de Paulo Miranda e dos buracos na marcação deixados por Douglas e Cortez - este último, aliás, parecia sentir demais os protestos.
Do lado são-paulino, nenhuma novidade. A falta de padrão de jogo, latente nos esteve novamente presente. Com exceção de Cícero, que mostrava vontade, Denilson, Casemiro e Jadson não eram notados em campo. Casemiro, inclusive, recebeu uma homenagem diferente ao final do primeiro tempo.
- Por favor, um minuto de silêncio, o Casemiro baladeiro está morto! - gritou a torcida.
Até o apito para o intervalo, lusos e tricolores fizeram pouco que merecesse ser registrado, apesar das constantes instruções que partiam de Geninho e Leão.
Lusa marca no início do segundo tempo e aumenta pressão no São Paulo
Percebendo que poderia ser mais audaciosa, a Portuguesa voltou com uma postura mais ofensiva no segundo tempo. E precisou de dez minutos para abrir o marcador. Guilherme fez bela jogada pelo lado direito e tocou na esquerda para Ivan, que bateu cruzado, no canto esquerdo de Denis, que nada pôde fazer.
A torcida tricolor, nas arquibancadas, rapidamente reagiu.
- Leão, pede demissão. Leão, pede demissão. Time medíocre, time medíocre.
Dentro de campo, o que mais impressionava é que os jogadores do São Paulo não tinham reação. Leão, em uma postura estranha, sentou no banco de reservas e assistiu ao jogo de forma passiva. A Lusa seguiu em cima, e Vandinho, aos 17, exigiu bela defesa de Denis. Quatro minutos depois, após dar o drible da vaca em Paulo Miranda, Rodriguinho quase marcou um golaço em chute cruzado. A bola raspou a trave direita de Denis.
Leão respondeu com as mesmas alterações que tem feito. Primeiro, tirou Casemiro e colocou Fernandinho. Na sequência, sacou Cortez e colocou Maicon, outro muito criticado pela torcida. E, como de costume, as alterações não surtiram efeito. O primeiro lance de perigo surgiu aos 32, em chute cruzado rasteiro de Douglas.
A última cartada foi dada com a entrada de Osvaldo na vaga de Lucas, que não mostrou a menor pressa em deixar o gramado. Até o apito final, a Portuguesa soube controlar o jogo e, nos contra-ataques, só não aumentou sua vantagem porque não teve qualidade para isso.
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