Yohansson deixou o aeroporto em um carro do Corpo de Bombeiros e foi aplaudido pelos familiares, amigos e torcedores.
O velocista alagoano Yohansson Nascimento, de 24 anos, que conquistou uma medalha de ouro nas Paralimpíadas de Londres deste ano, desembarcou na tarde deste Sábado (15), no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares.
O atleta chegou por volta de 13h e foi recebido com festa. Familiares, amigos e torcedores de Yohansson levaram faixas parabenizando o atleta pelo feito. Ele foi o mais rápido do mundo nos 200m rasos na classe T46.
Nesta prova, o velocista fez o tempo de 22s05, batendo o recorde mundial. Resultado: foi ao lugar mais alto do pódio ao conquistar a medalha de ouro no paratletismo. Antes disso, já tinha faturado uma prata em outra competição em Londres.
“Minha maior medalha é chegar no meu Estado e contar com uma recepção dessa. A conquista é de todos os alagoanos e é um orgulho enorme representar minha terra. Estou satisfeito com a conquista e agora vou treinar para trazer outras medalhas para o Brasil”, ressaltou o atleta.
Além da medalha de ouro que ganhou, Yohansson chamou a atenção do mundo ao comemorar a vitória e aproveitou para pedir a noiva em casamento. Após a prova, retirou uma folha de papel que estava presa com alfinete em seu número de inscrição do uniforme e mostrou aos jornalistas o bilhete que dizia: "Thalita, quer casar comigo?".
No aeroporto, ele encontrou Thalita e falou sobre a repercussão do pedido de casamento a jovem, com quem namora há quatro anos e meio. “Thalita é meu braço direito e este ano tivemos que passar muito tempo afastados porque eu treinava em São Paulo e ela estava aqui em Maceió. A homenagem que fiz pra ela foi para mostrar o quanto a amo. Agora em todos os lugares que passo as pessoas perguntam pelo casamento”, disse.
Familiares receberam o velocista emocionados. O pai dele, Claudio Ferreira, destacou todo o caminho que o filho percorreu para chegar à conquista do ouro nos Jogos Paralímpicos. “Desde que começou a praticar o atletismo que meu filho mostra garra e determinação. Ele lutou muito por isso e estamos muito orgulhosos”, disse.
A mãe do atleta, Francisca do Nascimento, disse que toda família ficou muito emocionada com a conquista. Com a medalha do filho no pescoço, ela lembrou do período em que Yohansson começou a praticar o esporte. “Ele começou a fazer atletismo em 2005 e de lá pra cá só foram conquistas. Independente do esporte, ele sempre foi um campeão”, destacou.
Falta apoio do governo de Alagoas
Yohansson nasceu sem as duas mãos, mas a deficiência nunca foi uma barreira para seus sonhos. Aos 17 anos, conheceu o atletismo e nunca mais parou. O atleta recebe o Bolsa-Atleta, do Ministério do Esporte, na categoria Paralímpica, e treina em um centro de atletismo em São Paulo desde o começo do ano.
Em sua chegada em Maceió, Nascimento falou sobre as dificuldades que enfrentou para se aprimorar e do esforço que faz ao deixar a família e a namorada em Alagoas para treinar em São Paulo. Ele destacou a falta de apoio para os paratletas no Estado. “Meu sonhe é que haja um maior investimento no paratletismo em Alagoas e que não precisemos mais deixar o Estado para treinar. Em 2016 o Brasil vai sediar os Jogos Paralímpicos e espero que possamos representar Alagoas e ter o apoio daqui”, disse.
Sobre a homenagem que recebeu do governo ele disse que a vê como um agradecimento à sua conquista. “Agradeço a homenagem, mas o melhor mesmo seria saber que haverá um bom projeto para o atletismo alagoano, mesmo assim, vejo que há um reconhecimento pelo meu trabalho”, completou.
Yohansson deixou o aeroporto em um carro do Corpo de Bombeiros e foi aplaudido pelos familiares, amigos e torcedores.
Por Carolina Sanches (Mais.AL), Imagens - Erckson Cavalcante
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