08/03/2013

Em coletiva, conselheiros do CRB esclarecem situações da venda do patrimônio

Reunião teve presença de membros da imprensa, conselheiros e torcedores
Foto - Paulo Victor - TNH1



Por Paulo Victor -TNH1
Em entrevista coletiva realizada no final da tarde desta sexta-feira (8) no Hotel Holiday Inn Express, no bairro da Ponta Verde, os membros do Conselho Deliberativo do CRB que tiveram seus nomes citados pelo presidente Marcos Barbosa, em reunião no dia anterior (clique aqui para conferir) fizeram esclarecimentos sobre as falas do mandatário regatiano e do processo de venda dos patrimônios do clube: o Beer e o Estádio da Pajuçara.
Inicialmente, o presidente do Conselho, Enaldo Marques, ao lado do conselheiro e advogado Fernando Paiva, afirmou que Marcos Barbosa falou algumas inverdades e que ele, e os outros conselheiros citados, Kennedy Calheiros e Carlos Rubens, nunca quiseram humilhar a torcida.
Dizendo estar baseado no estatuto e rebatendo algumas declarações do presidente, Marques afirmou que “nunca foi prometido R$ 30 mil mensais ao futebol profissional, mas sim um projeto de marketing, utilizando a marca do clube, que daria um lucro maior do que 30 mil. Só que o presidente não permitiu”.
Os conselheiros informaram também que diversos documentos serão disponibilizados no site da ONG CRB Acima de Tudo: www.crbacimadetudo.com.br.
Saiba agora o que cada conselheiro falou:
Enaldo Marques
O presidente do Conselho Deliberativo disse ainda que sobre o público CRB x Corinthians, de 2008, ele não era presidente na época, mas sim Paulo Trindade. Sobre o caso do atacante Rodrigo Silva, Marques disse não ter nada a ver com a negociação com o atleta.
Outro assunto comentado foi que os conselheiros não querem construir um ginásio que não esteja localizado no Centro de Treinamento, que também será construído. “Até mesmo no corpo do projeto o ginásio fica dentro do CT. Sobre o terreno em Riacho Doce, ele nos foi oferecido e nós apenas avaliamos, mas nem todos os conselheiros quiseram. Olhamos também mais cinco terrenos, mas estavam muito caros”, informou.
Foto: Paulo Victor Correia/TNH1
Em relação às dívidas, Enaldo Marques afirmou que nunca deixou, pois nunca foi presidente. Além disso, ele informou que até 2012 o conselho fez 40 acordos trabalhistas. “Solicitamos nesta quinta ao Ministério Público que intervenha e fiscalizem todo esse processo, para que evite qualquer tipo de irregularidade”.
Enaldo Marques comentou ainda que as ameaças de processo que Marcos Barbosa teria recebido são inverídicas. “Ele fica direcionando os torcedores, mas muitas vezes esquece do clube, esquece da base, que vive um esvaziamento de talentos, pois os pais não querem que seu filho fique na base do CRB”, disse.
Ainda sobre débitos do estádio, o presidente do Conselho, através de sua assesora, informou que parte dele está sendo pago pelo comprador, o grupo GBarbosa. E em relação à problemas trabalhistas, “muitas vezes a gente segurou informações para fazer acordos, porque quando os reclamantes sabiam das coisas eles pediam mais. Então seguramos algumas informações para não atrapalhar nos acordos”. Segundo ele, restam cerca de 60 acordos trabalhistas para que o caso seja encerrado.
Enaldo deixará a presidência do Conselho
No final de sua fala, Enaldo Marques informou que no próximo dia 15 estará deixando a presidência do Conselho Deliberativo, após pouco mais de um ano à frente, e que posteriormente lançará edital para nova eleição.
“Eu vou continuar como conselheiro, mas saio da presidência de cabeça erguida. Fiz tudo o que podia pelo CRB. Infelizmente recebemos heranças passadas – incluindo dívidas- que desencadearam tudo isso agora. As discussões aqui no CRB não tem nada de pessoal por nós. O presidente não deve ter medo de mim. Respeito o Marcos Barbosa, mas quero que ele se doe ao CRB”, afirmou Enaldo.
“O ASA está dando um banho de civilização e profissionalismo. Espero que o próximo –que fique em seu lugar- conduza com mais inteligência. O Marcos Barbosa solta muito veneno, mas ele tem que se precaver disso”, comentou.
Durante os esclarecimentos, o conselheiro Mário Marroquim confirmou que irá se candidatar à presidência do Conselho e prontamente Marques disse que votará nele. Por fim, Enaldo disse que “não sabia como tudo –discussões- começou”, mas disse que espera que tudo seja resolvido para que o CRB cresça.
Mário Marroquim pode suceder Enaldo Marques. Foto: Paulo Victor Correia/TNH1
Fernando Paiva
Assessorando de forma jurídica e falando tecnicamente sobre a situação das vendas do Beer e estádio, o conselheiro Fernando Paiva disse que Marcos Barbosa pediu desistência da ação do Beer e assim a família que brigava com o clube na Justiça tomaria posse logo em seguida.
Porém, segundo Paiva, houve depois uma nova procuração, a pedido de Marcos Barbosa, para que houvesse desistência da desistência. Mas Paiva afirmou ainda considerar a venda irregular e que por isso a venda do Beer deve ser suspensa.
  Foto: Paulo Victor Correia/TNH1
“Vendendo o campo não precisa vender o Beer. É melhor manter a briga e no futuro, quando houver maior valorização do imóvel, fazer uma nova negociação. Os R$ 20 milhões da venda do estádio pagaria todos os débitos e ainda sobraria para construir o CT. Por que vender o Beer agora?”, questionou.
Carlos Rubens
Proprietário da Cros Empreendimentos, o conselheiro Carlos Rubens se defendeu e disse que ficou indignado com as declarações de Marcos Barbosa sobre ele.
“Sou CRB, sempre fui e até mais do que o Marcos Barbosa. É mentira dele que eu nunca ajudei. Eu fiquei à frente da venda do estádio e foi por minha causa que houve o cancelamento do leilão e fiz ainda a opção de compra. Pagamos diversos processos para o estádio não ir a leilão, paguei bicho para jogadores, apartamento, etc.”
Carlos Rubens informou que conseguiu a Cencosud, empresa que procura área para o GBarbosa, que comprou o estádio por R$ 20 milhões. Desse valor, o próprio grupo ficou responsável por pagar R$ 6 milhões de dívidas do clube e o resto será pago quando passar a escritura. “Conseguimos um aditivo contratual para um prazo de 12 meses para pagar as dívidas e liberar o estádio”, afirmou.
Foto: Paulo Victor Correia/TNH1
O conselheiro falou ainda a respeito da sua comissão de R$ 1 milhão, através da Cros, que conseguiu intermediar a venda do estádio. “Nós viajamos, trabalhamos muito, levantamos valores, por que não podemos ser remunerados pelo nosso serviço? Eu vivo disso, intermediamos a venda, conseguimos aumentar o valor de R$ 9 milhões –que seria vendido no leilão- para R$ 20 milhões. O campo foi vendido de forma correta”, reiterou.
Carlos Rubens disse ainda que por conta dessas declarações do presidente Marcos Barbosa, há um risco de ter problemas com o GBarbosa. “Existe uma cláusula de confidencialidade que foi quebrada. A Cencosud não quer ter seu nome na mídia, mas se Deus quiser não teremos nenhum problema”, disse.
“Não temos intenção de mandar no CRB. É difícil também reunir muitos conselheiros em reunião, mas sempre são chamados. Não há briga dentro do clube, é que um quer fazer de um jeito e outro quer de outro”, disse.
Outra coisa falada foi em relação ao CT. “Nunca priorizamos ginásio. Estamos procurando um terreno de 200 mil m² e que dê para comprar e fazer todas as obras. Não queremos guerra, queremos o Marcos Barbosa aqui conosco, unidos”, encerrou.
Kennedy Calheiros
Outro conselheiro que teve seu nome citado, se pronunciou em poucos momentos. Antes do início dos esclarecimentos, Kennedy Calheiros disse a alguns membros da imprensa que “todos que falaram um A, se não provarem terão que responder na Justiça, seja ela comum o criminal. Eu quebro, mas vou processar todos eles se não provarem”.
“Meu filho me pediu para sair –do clube-, por causa das injustiças e inverdades. Sofri ataques, mas já falei que o que eu causar de prejuízo eu pago. Coleciono declarações e nunca abri a boca para questionar ninguém”, afirmou.
Foto: Paulo Victor Correia/TNH1
Kennedy Calheiros continuou: “contra fatos não há argumentos, tudo está documentado. Não quero ver meu nome sob dúvidas, nem ser chamado de ladrão. Alguns funcionários meus, inclusive azulinos, pedem para eu sair. Respeito é bom, verdade é bom. Não desmerecemos ninguém, nem destratamos”, concluiu.
Mesmo depois das declarações, Kennedy Calheiros informou que seguirá no Conselho Deliberativo, mas que não iria mais participar ativamente.

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